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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ele Disse: “Eu sou”

E se na sua época Jesus não soubesse quem era? Ou quais eram os seus dons? E se ele só tivesse tomado consciência disso gradualmente, como acontece a cada um de nós? Ou talvez ele soubesse desde de criança que tinha uma vocação especial e ficou esperando o momento em que SUS poderes viriam À tona. De qualquer modo, acredito que Jesus tinha de ir para o deserto para saber quem ele era. A experiência no deserto tanto fazia parte da sua formação e destino quanto faz parte da sua e da minha.
Certa vez participei de uma reunião de incorporadores do setor imobiliário para discutir um possível empreendimento comum. Cada incorporador tinha vasta experiência na tarefa que se propunha a realizar, mas, para surpresa do grupo, o empresário que estava à frente do negócio ficou em pé e começou a descrever em detalhes um de seus maiores fracassos profissionais. Ele contou como sua avidez por ganhar dinheiro para os investidores tinha feito com que não prestasse atenção em alguns detalhes sobre tendências da opinião pública. Ele disse: “Sou muito mais cuidadoso agora em reunir todos os dados antes de agir baseado em minhas idéias.”
Outro incorporador admitiu, com o rosto levemente ruborizado, que também não fora um gênio em determinada ocasião. Na verdade, ele havia comprado um grande lote de terra para erguer um prédio sem saber que o terreno era rocha sólida.
O membro mais jovem do grupo ficou relutante quando chegou sua vez de compartilhar seu erro. Ele gaguejou um pouco ao falar: “Bem, todo mundo sabe que tive muitos êxitos.” O líder gentilmente o censurou: “Vamos, Charlie. Coloque sua pedra na mesa. Se você nunca falhou, não pode fazer parte deste grupo.”
O que o líder estava querendo dizer era: “Se você nunca foi testado pelo fogo, não sabe quem é. E, se não sabe quem é, não pode ser um líder.”
No deserto Jesus teve de fazer escolhas bem claras em relação a seus dons especiais. Quando ele estava com fome, o demônio disse: “Se você é filho de Deus, mande que esssas pedras virem pão.” Mas Jesus não sucumbiu à tentação.
O diabo, então, insistiu para que ele se jogasse do alto do templo e testasse seu poder de voltar à vida eterna. Jesus olhou para Satanás no rosto e respondeu “Não.” Por fim, o demônio lhe mostrou todos os reinos do mundo e disse: “Eu lhe darei tudo isso se você se ajoelhar e me adorar.” Jesus ordenou, então, que Satanás fosse embora.
E finalmente, depois de quarenta dias de provação no deserto (Matheus 4;1-11), surgiu uma pessoa que tinha muita certeza sobre quem era e para o que fora chamada. Jesus enfrentou e venceu a tentação de usar seus dons de forma egoísta.
Não é coincidência que, somente depois da experiência do deserto, Jesus começasse a usar as palavras “Eu sou” ao se descrever (João 4:25-26, 8:23, 15:5; Lucas 22:27; Mateus 11:29). No Velho Testamento, quando os Judeus pediram a Deus uma descrição de Si Mesmo, a única resposta que receberam foi “Eu sou o que sou” (Êxodo 3:14-15). A simplicidade de Sua frase enfatizou Seu poder para eles. As palavras “Eu sou” refletem, portanto, todo o poder criador do Universo.

PERGUNTA:
Que “experiência no deserto” ajudou você a enxergar seus dons mais nitidamente?

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